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30 September 2024

Sede dos Correios sairá de prédio na Pituba

  • Novo prédio dos Correios, no km-24 da Via Parafuso - Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE

    Novo prédio dos Correios, no km-24 da Via Parafuso

O impasse que impediu a entrega do novo prédio de distribuição da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos na Bahia chegou ao fim.

Segundo previsão do órgão federal, o imóvel, localizado no km-24 da BA-535, na Via Parafuso, será entregue este mês pela OBE Engenharia, empresa responsável pela obra. A inauguração, no entanto, só acontecerá em abril, porque, segundo os Correios, 60 dias são necessários para finalizar a transferência.

A nova previsão da empresa vem a público uma semana após a mesma pedir à construtora OBE que corrija problemas identificados no edifício monumental, atualmente ocioso. O órgão não divulgou, porém, quais inconformidades existiriam.

Pelo uso do novo imóvel, levantado com recursos da construtora, os Correios vão pagar aluguel de R$ 899.895 por mês, inicialmente. O contrato de locação tem duração total de 15 anos.

A transferência da sede operacional dos Correios do atual prédio, localizado na Pituba, para o novo, na divisa entre Salvador e Camaçari, é tida como solução para os problemas de infraestrutura enfrentados por funcionários e clientes do órgão.

Problemas

O imóvel usado atualmente, que chegou a ser embargado pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), em junho do ano passado, ainda tem trechos interditados por conta do risco de acidentes. Além disso, o depósito alocado no subsolo dificulta a rotina dos trabalhadores, segundo representantes sindicais.

Em visita ao local na última quinta-feira, a equipe de reportagem de A TARDE identificou estruturas de concreto rompidas, vazamento em tubulações velhas e expostas ao ar livre, além de problemas nos equipamentos que auxiliam o transporte de carga.

Nesse dia, os trabalhadores do órgão, afetados pelo problema, paralisaram as atividades por duas horas, revoltados com a quebra do elevador usado na transferência de correspondências pesadas para os carros.

Eles afirmam que, além de equipamentos constantemente danificados, a falta de alguns itens, como empilhadeiras, e o acúmulo de função prejudicam a qualidade do serviço. “O mesmo funcionário que faz a entrega na rua  tem que atender clientes, separar e classificar mercadorias e carregar até o carro, ainda sem equipamento”, afirmou um dos trabalhadores, que não quis ser identificado. “Na verdade, fazemos tudo aqui na base do improviso”, disse outro, também sob a condição de anonimato.

Em contrapartida, a assessoria dos Correios afirmou que “todas as necessidades de equipamentos foram supridas no final de janeiro, com a disponibilização de 12 leitores óticos”. Disse, ainda, que uma vistoria foi realizada no prédio para eliminar possíveis focos de dengue nos locais onde tubulações causam vazamentos.

Sobre o desvio de função acusado pelos trabalhadores, o órgão explicou que entre as atribuições dos carteiros está a realização de triagem e ordenamento. “O governo trabalha para que os Correios continuem sendo a estatal mais confiável do Brasil, como classificou a Revista Seleções em 2015”, disse a empresa.

Apesar das premiações citadas pela assessoria de imprensa do órgão, o serviço  parece desagradar aos clientes baianos. O empresário Márcio Rodrigues, por exemplo, espera há 11 dias por uma encomenda que veio de São Paulo via Sedex – ou seja, deveria chegar em até 24 horas à capital baiana. Quinta-feira, quando foi ao prédio do órgão na Pituba pela quarta vez consecutiva, foi informado de que o objeto não foi localizado.

“Eles disseram que a caixa não foi localizada e pediram que eu aguardasse. Isso é um desrespeito”, bradou. Situação parecida aconteceu com outros clientes ouvidos. Sobre isso, os Correios informaram que o órgão “está empenhado na melhoria permanente dos serviços”. “Prova disso é o investimento no novo prédio em Salvador”, frisou a instituição.