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28 November 2024

Sem definição de candidatura, aliados de Rui perdem espaço para ACM Neto em Salvador

Enquanto no grupo político do prefeito ACM Neto (DEM), a disputa pela vice está com ânimos acirrados (veja aqui), na base aliada ao governador Rui Costa (PT) a falta de definição clara do cenário sedimenta um processo que pode culminar com a reeleição do gestor de Salvador sem muitos percalços. Até o final de março, o PT ainda colocava algumas fichas na potencial candidatura do senador Walter Pinheiro. Candidato em 2008 a prefeito e em 2010 a senador, com significativo recall eleitoral, o então petista era a menina dos olhos na tentativa do arco de alianças do governo para dinamitar votos do prefeito. Sem Pinheiro, o PT fica com candidatos de menor expressividade eleitoral nas urnas, o vereador Gilmar Santiago – que internamente estaria com a própria reeleição para a Câmara em risco -, o deputado federal Valmir Assunção, cuja interlocução com a capital é reduzida devido ao histórico de militância por trabalhadores do campo, e o ministro da Cultura, Juca Ferreira, cuja última eleição como candidato sequer faz parte do imaginário popular recente. Com o PT desgastado no plano nacional, restam alternativas de apoio a aliados do governo. Nesse cenário, dois nomes despontam, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) e o deputado estadual Pastor Sargento Isidório (PDT). A comunista é avaliada por correntes a esquerda como um nome bom, porém com limites para crescimento num processo eleitoral de disputa pelo Executivo – em 2012, o próprio PCdoB se viu obrigado a recuar e abandonou a ideia de concorrer à prefeitura isoladamente, indicando a vice na chapa do PT. Já folclórico, não é impossível prever que a ascensão de Isidório numa corrida tem teto: dificilmente o discurso do personagem vai emplacar majoritariamente com a população soteropolitana – que ainda não esqueceu os oito anos de outro prefeito que se tornou folclórico e melancolicamente encerrou o mandato pulando atrás do trio elétrico de Chiclete com Banana. Rui Costa tem uma difícil missão se quiser realizar o antigo sonho do PT de governar a capital baiana. Por mais que obras estejam a pleno vapor em Salvador, o governador ainda não indicou oficialmente quem vai defender o projeto dele na cidade. E a cada novo adiamento quem sorri é o atual prefeito.