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20 September 2024

Silêncio de Bolsonaro é medo da Justiça e de frustrar militância, diz jornal

  • Pessoas próximas relataram que Bolsonaro evita falar por medo de Justiça e de frustrar apoiadores;
  • Derrotado nas urnas, ele não quer liderar movimento que busca tumultuar posse de Lula (PT);
  • O presidente também não quer decepcionar os apoiadores que mantém atos antidemocráticos;

Após um mês da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, o presidente Jair Bolsonaro (PT), frustrado na tentativa de reeleição, permanece praticamente em total silêncio.

Segundo informações obtidas com pessoas ao mandatário pelo jornal O Globo, essa ausência de palavras se deve ao medo que o chefe do Executivo tem de frustrar apoiadores e de se complicar na Justiça.

Desde o dia 30 de outubro, Bolsonaro fez apenas duas declarações públicas, ambas na semana seguinte ao pleito. Enquanto isso, os apoiadores dele seguem ocupando a frente de quartéis e promovendo manifestações antidemocráticas em busca de alguma intervenção que possa impedir Lula de assumir o cargo.

Mesmo reclamando de ter sido prejudicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o chefe do Executivo não está disposto a liderar o movimento que busca tumultuar a posse do presidente eleito, aponta o jornal O Globo.

O inquilino do Planalto também não se manifestou sobre o relatório feito pelas Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas – que não apontou fraude – nem falou sobre uma ação movida pelo PL que buscava anular votos de mais de 279 mil urnas eletrônicas e, assim, reverter o resultado do segundo turno.

Pela ação, a sigla foi multada pelo TSE em R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé. A Agremiação recorreu da decisão.

Medo da Justiça

Essa é a primeira vez, em 34 anos, que Bolsonaro ficará sem um mandato eletivo. Assim, segundo interlocutores ouvidos pelo O Globo, ele teme que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, invista contra ele.

Bolsonaro é alvo de investigação na Corte Superior em quatro inquéritos, entre eles o das Milícias Digitais e o que apura a divulgação de notícias falsas durante a CPI da Covid-19.