nov 28, 2015
Sindicato pode deflagrar greve caso Complexo Ford demita em massa
O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari tem se reunido, insistentemente, com o Complexo Ford a fim de buscar alternativas que preservem os empregos na montadora. Os dirigentes sindicais enxergam com muita preocupação o delicado momento que atravessa a economia brasileira, mas, acredita que os trabalhadores não podem pagar essa conta com a perda do emprego. O Complexo Ford quer demitir 2 mil funcionários. Mas, o Sindicato não aceita isso e está fazendo uma grande discussão em busca outras saídas que evitem as demissões. Mas, se a Ford insistir em demitir, o Sindicato e os trabalhadores vão deflagrar um amplo processo de greve na fábrica.
A suspensão do trabalho no turno da noite, anunciada pela Ford, envolve 2 mil funcionários. Nas reuniões que estão sendo realizado com a montadora, o Sindicato deixa claro que é preciso encontrar alternativas, que não sejam a demissão. Entre as propostas do Sindicato está a implementação de férias coletivas em fevereiro. Além disso, ainda há outras alternativas que não sejam o desemprego. Instrumentos como o Lay-off, PDV e, em último caso, o PPE (Programa de Proteção do Emprego), podem ser alternativas viáveis para evitar o desemprego de milhares de pais e mães de família que dependem do trabalho na Ford para manter a sobrevivência de suas famílias.
E o trabalhador está fazendo sua parte. Este ano, a meta da produção está sendo alcançada: em torno de 187 mil carros. Para 2016, a meta é produzir de 155 a 160 mil veículos. No chão de fábrica, os trabalhadores têm consciência do seu papel e estão cumprindo o objetivo: manter a produção em dia, gerando lucro para a empresa. Por isso, não podem ser penalizados.
O Sindicato está concentrado nas negociações com a Ford e vai aproveitar esse período de folga e recesso do fim de ano para intensificar as reuniões em torno da defesa do emprego. “Todos têm consciência que o país atravessa uma difícil crise econômica e política. Mas, não se pode jogar nas costas do trabalhador a conta da crise. A Ford não pode fazer isso. O desemprego só pioraria o cenário econômico. Não vamos aceitar isso. Estamos propondo alternativas que preservem a empregabilidade no Complexo Ford”, explica Júlio Bonfim, presidente do Sindicato.
As negociações com o Complexo Ford já tem dado resultado. O Sindicato conseguiu garantir que mais de 600 funcionários da DHL sejam absorvidos pela Ford, inclusive com a manutenção da mesma faixa salarial. Essa é uma conquista que o Sindicato vem alcançando, historicamente, em casos semelhantes, como já ocorreu na Voith e Faurecia.
Agora, o desafio é preservar os 2 mil postos de trabalho relativos à suspensão do contrato do turno da noite. O Sindicato está empenhado nas negociações e vai até as últimas consequências para assegurar o emprego desses trabalhadores. “Estamos em alerta em relação aos movimentos da Ford. Não podemos ser surpreendidos com notícias sobre demissões. Não aceitamos isso. Por isso, estamos buscando estratégias e alternativas que garantam a empregabilidade na montadora”, diz Júlio Bonfim.
FONTE: STIM CTB CHAPA 1.