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24 November 2024

SUS terá nova terapia contra a hepatite C

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Raymundo Paraná, hepatologista: ‘Recomenda-se teste que diagnostica as hepatites anualmente’ ( Foto: A Tarde)

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira, 27, que uma nova terapia contra a hepatite C estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. Composta pelos medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir, ela tem a vantagem de aumentar as chances de cura e diminuir o tempo de tratamento dos pacientes.

Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento a ofertar, de forma pública e sustentável, este tipo de tratamento. “Com isso, o país assume a vanguarda na oferta desta terapia”, disse Chioro, durante a cerimônia de lançamento da nova campanha publicitária de prevenção às Hepatites Virais 2015.

A notícia divulgada na véspera do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites, celebrado nesta terça, 28, é considerada importante para os especialistas da área, mas eles ressaltam que, apesar dos avanços no tratamento, a prevenção ainda é a melhor forma de evitar a doença.

“Apesar das diversas campanhas, infelizmente, muitas pessoas ainda deixam de ter cuidados essenciais como levar o seu próprio kit para os salões de beleza ou exigir material descartável ao fazer uma tatuagem, por exemplo”, diz a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, Nilda Ivo.

Contágio

O contágio da hepatite C ocorre através do contato com sangue contaminado por meio de transfusões de sangue, utilização de materiais perfurocortantes, relações sexuais desprotegidas, da mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou amamentação (ver infografia abaixo).

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Dados do Ministério revelam que de 70% a 80% das infecções se cronificam e podem evoluir para cirrose e de 1% a 5% para câncer do fígado. A doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes em adultos.

No Brasil, aproximadamente, 3 mil mortes são associadas à hepatite C. A Bahia registrou 562 casos da doença em 2014, mas houve uma redução de 16% quando comparada ao ano de 2013.

O Estado registrou ainda 458 casos de hepatite A e 567 relacionados à hepatite B no ano passado. Este ano, somente na capital, foram 350 notificações e 290 casos confirmados das hepatites.

Médico hepatologista, Raymundo Paraná, lembra que todo indivíduo acima 45 anos, independentemente dos riscos anteriores, e os menores de 45 anos, que enquadram-se nos perfis de perigo, devem realizar o teste anti-HCV, para medir as enzimas hepáticas. “O ideal é que o teste seja feito anualmente”, frisa.

Quem fez alguma cirurgia, transfusão de sangue, transplante ou uso de seringas não descartáveis antes de 1993 deve redobrar o cuidado, já que os testes diagnósticos passaram a ser realizados após esse período.

Prevenção

Segundo a coordenadora do programa Municipal de DST/Aids, Flávia Guimarães, o teste rápido é realizado em 90% dos centros municipais de saúde. “Em um único teste é possível identificar a ocorrência de HIV, sífilis e hepatites B e C”, diz.

Flávia ressalta que a população também deve ficar atenta ao calendário de vacinas oferecidas no SUS.  “A vacina contra a hepatite A é destinada a crianças até dois anos mas pode ser tomada por adultos na rede privada. Já a imunização contra a hepatite B é oferecida até 50 anos”, esclarece. Ainda não existe vacina contra a hepatite C.