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8 September 2024
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Temer critica gravação de Calero e comenta demissão de Geddel

O presidente Michel Temer afirmou, neste domingo (27), que está “examinando com muito cuidado” o perfil do novo ocupante da Secretaria de Governo, em substituição a Geddel Vieira Lima, que pediu demissão. Segundo ele, é preciso alguém com “lisura absoluta” e com facilidade para conversar com os integrantes do Congresso.

Temer afirmou que é “indigno” e “gravíssimo” um ministro gravar o presidente da República, em referência a Marcelo Calero, que se demitiu do Ministério da Cultura depois de denunciar ter sido pressionado por Geddel Vieira Lima para liberar a obra de um edifício no centro histórico de Salvador no qual o ex-ministro da Secretaria de Governo tem um apartamento.

Calero gravou conversas com Temer e com ministros do governo sobre o assunto. “Espero que essas gravações venham a público”, disse o presidente, que afirmou que é muito cuidadoso com o que fala e que a atitude de Calero foi de uma “indignidade absoluta”.

Temer disse que ainda não tomou uma decisão, mas cogita passar a fazer gravações oficiais das audiências na Presidência da República. “Estou pensando em pedir ao Gabinete de Segurança Institucional que grave – aí publicamente –, que grave todas as audiências do presidente da República”, declarou.

Temer afirmou que, se Geddel tivesse pedido demissão antes, “talvez teria sido melhor”. “É claro que ganhou uma dimensão extraordinária. A demora não foi útil”, disse. O presidente disse que “não estava patrocinando nenhum interesse privado” ao “arbitrar” a divergência entre Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima e ter sugerido ao então ministro da Cultura encaminhar o caso para a Advocacia Geral da União (AGU).

“Você verifica que eu estava administrando conflitos de natureza pública. Quando ele [Calero] falou que não queria despachar, falei para mandar para a AGU”, disse. Questionado sobre a hipótese de os acordos de delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht na Operação Lava Jato atingirem integrantes do governo, Temer disse que isso, de fato, é uma preocupação. Segundo ele, há uma preocupação “de natureza institucional”. “Dizer que não há preocupação, estaria sendo ingênuo”, afirmou.

O presidente disse que, depois de os termos das delações se tornarem conhecidos, vai analisar caso a caso. “Vou ver qual o gesto concreto em relação a ministros porque [as delações] ainda não foram assinadas”, afirmou.

Sobre a economia, o presidente avalia que os resultados concretos do crescimento econômico só serão visíveis a partir do segundo semestre de 2017. Segundo ele, é preciso combater a ideia de que os problemas se resolverão de uma hora para outra. “Essa coisa de céu azul, as coisas não são assim. Quando isso realmente se consolidará? A equipe econômica está trabalhando ativamente. Vejo que eventuais resultados se darão no segundo semestre do ano que vem. Não estamos parados, estamos trabalhando para gerar o crescimento”, afirmou.

Inf: G1