Data de Hoje
28 November 2024

Transexuais e não-binários têm saúde mais debilitada, diz estudo

Um estudo recente sugere que os transexuais e os não-binários – pessoas que não se identificam com nenhum dos géneros – apresentam uma saúde mais debilitada. O principal autor do estudo, o Dr. Carl Streed Jr. do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, alerta para a escassez de dados relativamente a estas pessoas.

Para o novo estudo, os investigadores recorreram a dados de 2014 e 2015. O estudo que foi publicado na JAMA Internal Medicine na quarta-feira contou com a participação de quase 316 mil pessoas, 1.443 das quais transexuais ou não-binários.

E 23% dos transexuais ou não-binários demonstraram ter uma saúde mais debilitada. Entre as pessoas que não pertencem a um género minoritário a percentagem de pessoas com uma saúde mais debilitada cai para 17%. Os transexuais e não-binários também demonstraram uma maior probabilidade de ter problemas de memória, concentração e de poder de decisão.

De acordo com o estudo, são pessoas que são habitualmente mais jovens, com salários mais baixos, desempregadas, sem seguro de saúde, com demasiado peso ou que não estão a ter os cuidados médicos de que necessitam. Também apresentam uma maior probabilidade de terem depressões.

As disparidades entre os transexuais e os não-binários e os restantes mantiveram-se mesmo quando os investigadores retiraram peso a fatores como o seguro de saúde.

Carl Streed admite que só pode especular quanto aos motivos para os transexuais e os não-binários apresentarem uma saúde mais debilitada, mas revela que isso pode estar relacionado com o stress associado ao facto de pertencerem a uma minoria e com uma menor resistência.

Em 2015, um estudo norte-americano já salientava a necessidade de conhecer melhor as comunidades lésbica, gay, bissexual e transexual. Streed diz que “estes são pacientes, indivíduos e comunidades que precisam da nossa atenção nesta altura e nós devíamos estar a trabalhar com eles para percebermos melhor o que se passa nas suas vidas”.