Tuberculose supera AIDS e se torna a doença mais mortal do mundo
Doença matou 1,5 milhão de pessoas no último ano, cerca de 300 mil pessoas a mais que a AIDS
A tuberculose superou a AIDS e passou a ser a doença infecciosa que mais mata no planeta. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (28) em um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A estimativa é que 1,5 milhão de pessoas tenham morrido vítima da doença no ano passado. O vírus HIV matou cerca de 1,2 milhão de pessoas no mundo no mesmo período, mostrando uma redução no número de vítimas da doença. Um dos motivos apontados pelo relatório para essa diminuição é o aumento da disponibilidade de drogas antirretrovirais.
A mortalidade da tuberculose está diminuindo, mas nós precisamos estimar novamente a situação global baseada em novas informações recebidas de países cruciais, incluindo a Indonésia”, afirmou o diretor do programa mundial sobre a tuberculose na OMS, Mario Raviglione.
As duas doenças costumam afetar os mesmos grupos e, muitas vezes, os mesmo indivíduos. Das vítimas fatais no último ano, 400 mil possuíam os dois males. Em relação a tuberculose, foram 9,6 milhões de novos casos relatados em 2014, dos quais 12% também eram portadores do HIV. “Eles estão matando no mesmo ritmo”, explica Raviglione.
Dos 22 países que respondem coletivamente por 80% dos casos de tuberculose no mundo, 16 alcançaram as metas definidas em 2000 nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O Brasil se encontra nesse grupo e apresenta os melhores índices de mortalidade (2,6 para cada cem mil habitantes), prevalência (52 para cada cem mil habitantes) e incidência (44 para cada cem mil habitantes).
Apesar dos números altos, a OMS esclarece que a taxa global de pessoas com tuberculose caiu praticamente pela metade, em comparação com o ano de 1990. Segundo a organização, seriam precisos US$ 1,4 bilhão em investimentos adicionais em tratamento para combater a epidemia global da doença. Fora isso, outros US$ 1,3 bilhão precisariam ser investidos em fundos de pesquisas para o desenvolvimento de novas drogas e vacinas.