Ufba: hospital veterinário deixa de atender temporariamente
Médica Bárbara Farias cuida da gata de Claudia Mota, Joaquina, paciente do hospital / Foto: Joá Souza
O atendimento ao público no Hospital de Medicina Veterinária Renato Rodemberg Neto, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), está suspenso desde segunda-feira, 26. O motivo principal, segundo a direção, é a segunda reforma no espaço da sede, na Av. Adhemar de Barros, em Ondina.
Com isso, uma média de 40 atendimentos/dia (clínicos, cirurgias e vacinas), além de 40 revisões, deixam de ser realizados. Ontem, a costureira Maria Lúcia Rabelo, 58, procurou o hospital, mas não conseguiu assistência para seu bicho de estimação.
"Meu gato está com uma lesão grande. Não dormi a noite toda. Deviam ter comunicado a suspensão do atendimento e abrir exceção para emergências. Se meu bichinho morrer, vou processar o hospital. É absurdo!", reclamou.
O garçom Jailton Nepomuceno, 44, levou o cão dele para uma revisão, mas encontrou resistência. "Disseram que o hospital está fechado, mas depois de muito tempo me atenderam", disse.
"Hoje, não há como atender novos pacientes. Só casos de revisão. Estamos passando por uma obra que traz desconforto ao atendimento. A área do estacionamento até a recepção terá que ser isolada. É difícil, atendemos pessoas de todo o estado", explicou o diretor da unidade, Carlos Humberto Almeida.
Mais problemas
Segundo o diretor, o hospital ainda enfrenta atraso de cinco meses na primeira intervenção e a greve nacional de servidores federais, que se estende há cerca de dois meses.
Segunda-feira, houve uma reunião com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Ufba (Assufba) e ficou definido que manteriam o hospital funcionando. "A gente mostrou que é um serviço essencial, não dá para parar. Apesar da greve, 30% têm de trabalhar", lembrou.
Hoje, haverá nova reunião para definir quando o Hosmev volta a atender e qual a cota de pacientes. "Compactuamos com o comando de greve um atendimento mínimo, para não parar e deixar de servir à comunidade. Mas teremos que dar preferência a alguns casos", ressaltou.
As atividades de ensino e pesquisa também sofreram reflexos. "A pesquisa fica a cargo de cada coordenador e o ensino é decisão dos professores, mas não é compatível aula em local em obras", acrescentou.
Segundo Almeida, a estrutura do Hosmev ainda é da época da fundação, montada para 20 estudantes por ano: "Hoje, temos 150 alunos por ano e com a mesma estrutura de 60 anos atrás. Daí, a obra de otimização do espaço".
Intervenções
Conforme o superintendente de infraestrutura da Ufba, Fábio Velame, as obras da primeira reforma, de responsabilidade da construtora Medeiros, atrasaram porque foi detectada a necessidade de reforço da estrutura do prédio antigo. "Atrasou porque é obra de reforma. À medida que se faz, encontram-se coisas não previstas no projeto", disse.
A empresa responsável pela segunda reforma, que envolve a parte elétrica da estrutura, é a Hayck Construtora. A previsão é que a reforma atual seja finalizada em até 120 dias.