Varejo de Salvador espera faturar alto com a Copa
A pouco menos de um mês para o início da Copa do Mundo, o comércio formal e o informal de Salvador já se enfeitam de verde e amarelo e oferecem vários produtos nas cores do Brasil. A expectativa das grandes redes de varejo é crescer em até 20% nas vendas da categoria bazar, além de envolver os torcedores brasileiros para as compras do Dia dos Namorados e das festas juninas.
Entre os produtos mais encontrados estão souvenirs como cornetas, bandeiras, bandeirolas, camisas da Seleção Brasileira, roupas e calçados, além de produtos licenciados pela Fifa, como o mascote Fuleco.
Apesar do receio frente à possibilidade de manifestações e paralisação do comércio nos dias dos jogos do Brasil, redes de varejo como WalMart, Le Biscuit, Extra e Ferreira Costa não deixaram de investir pesado em produtos específicos para o período.
A expectativa da Le Biscuit é comercializar cerca de 1,5 milhão de produtos temáticos até o final de junho, sendo que 40% deste total só na Bahia. São produtos de festas, bandeiras, óculos, chapéus, utilidades para a casa e eletrodomésticos nas cores verde e amarelo.
Os itens custam entre R$ 1,99 e R$ 200 e já representam 10% do faturamento total da rede. Cerca de 90% é importado da China. A rede espera que 20% do faturamento das lojas no período venham de produtos relacionados a Copa do Mundo.
"Estamos preocupados com os feriados, mas acreditamos muito no mês de junho. Esperamos triplicar o faturamento das categorias em que vamos trabalhar os temas da Copa", afirma o diretor comercial da Le Biscuit, Milton Amorim.
Para a rede Walmart, que opera o Bompreço, a expectativa é que as vendas de itens relacionados ao evento aumentem 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, entre itens exclusivos, licenciados e temáticos, serão 1 milhão de unidades disponibilizadas em todo o Brasil.
Lojistas
Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado da Bahia (FCDL), Antoine Tawil, a procura por produtos temáticos começou no Dia das Mães e segue como tendência em todo o mês de junho.
"Muitas grifes também fizeram coleções com motivos da Copa. Não tenho dúvida que vai ter apelo como artigo de presente que pode ser usado sempre", diz Tawil.
Apesar do investimento, os lojistas afirmam que o interesse em produtos verde e amarelo tem prazo de validade: até a permanência da Seleção Brasileira na Copa.
Movimento pequeno
As prateleiras cheias de produtos verde e amarelo das grandes redes de varejo contrastam com a baixa procura por produtos da Seleção Brasileira nas lojas de rua.
Entre os produtos mais procurados estão bandeiras e camisas da Seleção (Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE)
Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas da Bahia, Paulo Motta, a Copa do Mundo não está "com grande prestígio entre os lojistas". "Não há nenhum tipo de clareza com crescimento de vendas. O crescimento é em bens duráveis, como televisões. O consumidor esta aguardando", afirma Motta.
Com cautela, a lojista Jamile Gonçalves encomenda as camisetas da seleção a depender da demanda. "Não comprei em grande quantidade. As pessoas até procuram os produtos, mas as vendas estão devagar", diz a empresária, que tem uma loja na Baixa dos Sapateiros.
Apesar disso, Jamile acredita que com o início dos jogos as vendas melhorem. "Não é porque a Copa é no Brasil que não vai vender".
Além dos produtos licenciados, as marcas da Copa e o mascote Fuleco podem ser encontrados em itens falsificados em camelôs. Um mascote de pelúcia que é vendido por R$ 69,90 na loja oficial da Fifa é comercializado por R$ 30 em camelôs. Com a Lei Geral da Copa, a Fifa pode apreender produtos que utilizam irregularmente as marcas licenciadas.
Para o camelô Marcos Silva, que investiu R$ 3 mil em bonés temáticos, a procura ainda está bem aquém do esperado. "O comerciante sempre reclama que não está vendendo, mas quando chega perto da Copa, começa a vender"