Veja onde investir para garantir a aposentadoria
Com a recessão da economia do país e as recentes mudanças no sistema previdenciário – como a aprovação do dispositivo que permite a “desaposentação” e a criação da fórmula 85/95 progressiva – os trabalhadores estão cada vez mais preocupados com o futuro e, claro, com a aposentadoria. A questão é: o que fazer para garantir uma aposentadoria confortável? Quais são as aplicações mais rentáveis neste período de crise? Vale a pena investir num plano de previdência privada?
Quando se fala em aplicação para a aposentadoria, a opção mais óbvia, para a maioria, ainda são os planos de previdência complementar (PGBL ou VGBL). Mas os especialistas alertam que é preciso estar atento a alguns aspectos desse produto.
Um deles é o valor das taxas de administração e carregamento. O consultor financeiro Angelo Guerreiro da Costa lembra que especialmente o pequeno poupador deve estar atento a isso. “Ele não possui poder de barganha e, muitas vezes, nem conhecimento. Tais taxas consomem o ganho e por vezes tiram a atratividade tributária”, diz.
Algumas empresas oferecem planos de previdência privada, o que alguns especialistas consideram como a melhor opção, por terem taxas menores. A previdência privada é vantajosa quando a taxa de administração é de no máximo 1%, afirma a professora de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e planejadora financeira Myrian Lund.
Ela lembra que o consumidor deve estar alerta ao fato de que os bancos não estão mais vendendo planos com renda vitalícia.
Produtos como tesouro direto, LCI, LCA ou fundos de investimentos também podem ser vantajosos para quem deseja formar uma poupança de longo prazo. A pedido de um jornal local, o diretor de finanças da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade, Miguel Oliveira, fez a simulação dos rendimentos de uma aplicação mensal de R$ 300, no período de 30 anos, com base nas taxas praticadas atualmente (ver quadro ao lado).
Tesouro direto e fundos DI destacaram-se, gerando rendimentos superiores a R$ 1 milhão. A caderneta de poupança e as ações foram as piores opções, com saldos inferiores a R$ 500 mil.
Opções
Há dois tipos de planos de previdência: o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres). A diferença é que o primeiro permite deduzir as contribuições em até 12% da renda tributável, sendo indicado a quem faz a declaração do IR pelo modelo completo.
A enfermeira Eliete Souza, 48 anos, há três anos tem um plano de previdência privada, no qual investe R$ 500 por mês. No entanto, ela admite que considera a aplicação mais como uma “poupança forçada”, que pode ser usada a qualquer momento. “Não me preocupo muito, não. Ninguém sabe se vai chegar lá. Fiz por experiência. Sou enfermeira estatutária. Acho que posso ter uma velhice tranquila”.
A consultora e professora de dança Mayanna Martins, 35 anos, também vem investindo nesse tipo de plano. Ela conta que nunca teve o hábito de poupar dinheiro. Mas, há alguns meses, quando foi ao banco, aceitou a sugestão de que fizesse um plano de previdência.
A professora, que comprou seu apartamento com a ajuda da poupança feita na infância por seus pais, mantém, também, planos de previdência para os filhos gêmeos, de um ano e cinco meses. “Eu me arrependo muito de não ter começado antes. Trabalho desde 2002, poderia ter iniciado desde aquela época”, diz.
Mas, assim como Eliete, Mayanna também considera a possibilidade de usar o dinheiro antes de se aposentar.