“E é técnico também. Eles não resolvem nem aceitam ajuda porque são muito ruins. Apresentam planos horríveis nessa ação no STF, que precisamos ficar respondendo. Enquanto isso, as vitórias que tivemos não chegam nas bases”, lamenta Eloy, que pediu ajuda do Ministério Público Federal para liberar a atuação do MSF na reserva Terena.
“Os Médicos Sem Fronteiras não precisam da autorização do governo para fazer atendimento humanitário. O conselho do povo Terena pediu que eles fossem até lá porque o governo não estava dando conta. O que o Ministério da Saúde faz ao tentar barrar é negar o auxílio humanitário, além de se omitir”, conclui o advogado.
“Vai ter sangue derramado no asfalto”
Os indígenas também pedem socorro em um protesto que fecha, desde segunda-feira (17/8), a BR-163, na altura de Novo Progresso, no sudoeste do Pará. É a cidade do infame “dia do fogo”, suposta combinação entre fazendeiros para provocar incêndios florestais em 2019.
Os Kayapó Mekrãgnoti estão na pista, que é um corredor de grãos, apesar de uma decisão judicial que os mandou sair, e divulgaram uma carta em tom dramático, exigindo mudanças na chefia da Funai na região.
“A saúde indígena está cada vez mais fraca”, diz o texto. “Nosso manifesto é pacífico, não queremos brigar, mas não aceitamos o Exército, a Polícia Federal ou a Polícia Militar vir aqui nos tirar à força. Desse jeito, vai ter sangue derramado no asfalto. Estamos aqui defendendo a proteção da Amazônia e a proteção do nosso território. Nossos direitos estão sendo violados”, registra ainda o protesto dos Kayapó.
Veja a manifestação dos indígenas na BR-163:
Fonte: Metrópoles