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26 November 2024

Vendas nos shoppings caem e lojistas querem vaga de estacionamento a R$2

Comerciantes propõem reduzir preço do estacionamento

Encontrar mesas e cadeiras vazias nas praças de alimentação dos principais shopping centers de Salvador não tem sido problema para quem frequenta esses locais. O mesmo se pode dizer de quem hoje pode transitar por corredores vazios, olhar as vitrines sem o risco de empurrões e trombadas, naturais em outros finais de semana. Menos clientes, mais espaços para andar tranquilamente, mas também mais prejuízos para lojistas.

Essa é a realidade com que os lojistas dos principais shoppings em Salvador e têm se deparado nos últimos dias, desde quando, em 22 de junho, foi iniciada a cobrança por estacionamentos de veículos nesses locais. A Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce) na Bahia, garante que é questão de tempo para os clientes retornarem. Mas os lojistas, através das suas associações, afirmam que a queda nas vendas têm sido de 30 a 40% de junho para cá.

Conforme explicou o presidente da Associação dos Lojistas do Salvador Shopping, Umberto Paiva, o movimento de clientes diminui à cada dia e hoje chega a 30 e em algumas lojas esse percentual chega a 40%. “Não somos contra a cobrança do estacionamento, mas criticamos a forma da decisão imposta goela abaixo dos lojistas e do público, sem uma discussão que pudesse encontrar um denominador comum e que beneficiasse todos os segmentos que fazem parte dos shopping centers”, disse.

Ainda segundo Umberto, os lojistas vêm negociando uma maneira de reduzir os atuais custos tarifários dos estacionamentos e o tempo de permanência mínimo, além da possibilidade de ser instituída hora fracionada. A associação, que representa 460 lojistas do Salvador Shopping, propõe a cobrança de R$ 2,00 a hora de estacionamento e em contrapartida, a diminuição do tempo mínimo de gratuidade de meia hora para 15 minutos.

Carta aberta

Uma carta aberta, assinada pelas associações de lojistas dos principais shopping centers de Salvador deverá ser entregue ao prefeito ACM neto ainda este mês, com sugestões e críticas à forma como os estabelecimentos vem cobrando as taxas de estacionamentos. A cartta pede que o prefeito autorize o tempo limite de 15 minutos para a gratuidade e institua a hora fracionada. “Hoje 35% da clientela que vai ao shopping o faz dentro dos 30, minutos de gratuidade. Se a hora fosse fracionada, esses clientes ficariam mais tempo para as comp0reas”, diz Umberto Paiva.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Salvador (Abrasel), Luiz Henrique do Amaral, reforça a tese de que a cobrança de estacionamentos tem sido um dos principais motivos para a fuga de clientes. Da mesma forma ele diz que a entidade tem se posicionado a favor de uma negociação com os dirigentes de shopping centers em Salvador, mas que segundo informou, tem encontrado resistência por parte dos empresários do setor.

Abrasel diz representar cerca de 400 estabelecimentos, entre bares e restaurantes nos principais shopping centers de Salvador e afirma que vem colhendo assinaturas para entregar um documento aos empresários onde mostra todo o prejuízo que a categoria vem sofrendo nos últimos dois meses por conta da instituição da cobrança nos estacionamentos.

Para Henrique, o preço cobrado pelos shopping centers é alto e acaba inibindo a permanência dos clientes no local. Para ele, o que mais impactou negativamente os clientes e, por consequência, os próprios lojistas, foi a forma considera abrupta com que a cobrança foi instituída. “Poderia ter sido algo negociado, com preços mais accessíveis e que atendessem a todos os interesse4s. A forma como foi feita e o preço alto resultou nessa queda nas vendas de uma forma geral”, disse.

Estabelecimentos projetam crescimento

Na contramão das críticas dos lojistas e permissionários de bares e restaurantes, a Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce) na Bahia, projeta um crescimento de até 7,5 % nas vendas este ano. Segundo explicou Edson Piaggio, que dirige a entidade na Bahia, o esvaziamento da clientela é passageiro e decorre, ainda, do período de maturação com a realidade da cobrança de estacionamento.

Piaggio explica que a exemplo do que aconteceu em outras capitais, houve um período de maturação considerado natural pelos empresários, até que os clientes se acostumassem com a cobrança dos estacionamentos. “Em Salvador não é diferente e a clientela que ficou refratária no início, está retornando, pois encontra vagas nos estacionamentos, antes ocupado muitas vezes por pessoas que não frequentavam os shoppings e usavam as vagas como estacionamentos permanentes, e segurança nos locais”, disse.

Crescimento

Ao contrário do que afirmam os lojistas, o presidente da Abrasce na Bahia atribui a queda nas vendas ao próprio período de instabilidade da economia. “Não procede e não faz sentido os argumentos de que a freqüência diminui porque os clientes estão revoltados com a cobrança nos estacionamentos”, afirmou. Segundo ainda Edson Piaggio, as negociações envolvendo cobranças aos clientes e cessão de vagas de estacionamentos para funcionários das lojas são decisões individuais de cada empreendimento.

Ao projetar um crescimento de 7,5 nas vendas, a Abrasce já leva em conta a implantação de mais 15 shopping centers no país ainda este ano, dos quais três serão em cidades baianas. A estimativa de investimento total nesses projetos, incluindo novos shoppings e expansões é de cerca R$ 16 bilhões, sendo que 48% estarão concentrados na região Sudeste.  O Nordeste ocupa o segundo lugar, com 24% desses investimentos, seguido pelas regiões Norte (16%), Sul (7%) e Centro-Oeste (5%).

No ano passado o setor faturou R$ 142, 3 bilhões, e ao acrescer 15 novos empreendimentos, o total de shopping passar para 544 em todo o país, gerando 993.619 empregos diretos. 96.668 vagas de estacionamentos e um público circulante de 430,5 milhões de pessoas por mês.

Hora estacionada custa até R$ 8

Abrasce não determina os valores que são cobrados por cada shopping, e diz que as negociações sobre as formas e valores de cobrança são decididas individualmente por cada empreendimento. Em Salvador, os Shopping mais baratos são o Paralela e o Salvador Norte, que cobram R$ 5 pelas duas primeiras horas de estacionamento.

Shopping Paralela

Carros: 1ª até 3ª hora: R$ 5

Hora adicional ou fração: R$ 1

Motos: 1ª até 3ª hora: R$ 2

Hora adicional ou fração: R$ 1

Shopping da Bahia

Carros:2 primeiras horas – R$ 6

Horas subsequentes – R$ 1

Motos: 2 primeiras horas – R$ 4

Horas subsequentes – R$ 1

Ticket Perdido – R$ 15

Estacionamento VIP D2 –

Com Manobrista

2 primeiras horas – R$ 10

Horas subsequentes – R$ 5

Outras tarifas

Pernoite carro – R$ 30

Pernoite moto – R$ 30

Salvador Shopping

2 primeiras horas – R$ 6

Horas subsequentes – R$ 1

Tempo de desistência – 30 Minutos

Salvador Norte

2 primeiras horas – R$ 5

Horas subsequentes – R$ 1

Tempo de desistência – 30 Minutos

Shopping Piedade

Carros:2 primeiras horas – R$ 8

Horas subsequentes – R$ 3

Motos: 2 primeiras horas – R$ 5

Horas subsequentes – R$ 2

Tempo de desistência – 30 Minutos

Shopping Barra

Carros: 2 primeiras horas – R$ 6

Horas subsequentes – R$ 1

Motos2 primeiras horas – R$ 4

Horas subsequentes – R$ 1

Tempo de desistência – 30 Minutos

Shopping Center Lapa

Carros: 2 primeiras horas – R$ 8

Horas subsequentes – R$ 3

Moto: 2 primeiras horas – R$ 5

Horas subsequentes – R$ 2

Tolerância de 30 minutos

Tempo de desistência – 30 Minutos

Por: Tribuna da Bahia