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24 November 2024

Vera Cruz: hospital está em situação crítica devido a impasse judicial

Há mais de quatro anos não nasce um cidadão vera-cruzense. E a causa é o abandono daquele que era a principal referência em saúde da ilha. O Hospital Maria Amélia – que era utilizado pela população para todo tipo de eventualidade da qual era necessária a intervenção médica – está inutilizável desde 2011.

Quem passa pela fachada da unidade hospitalar pode deixar-se enganar, mas basta adentrar o prédio onde é possível perceber o desgaste da estrutura chega a níveis críticos. Paredes cheias de limo, ou quebradas, infiltrações, poças d’águas, mobília sucateada, equipamentos quebrados e jogados como entulho, aos montes pelos cômodos. Todos os elementos fazem parte do circo de horreres escondido pela frente da, outrora, referência hospitalar de Vera Cruz.

Segundo a estudante Simone Araújo, o hospital, que fica em Mar Grande, possuia especialidades médicas, e tinha estrutura para a realização de partos, cirurgias, e demais procedimentos, além de fazer atendimentos de urgência e emergência.
A unidade pertence a um grupo de cinco médicos, e foi fechada após uma intervenção judicial favorável ao Município, em julho de 2011, sob contrato emergencial com duração de quatro anos, para que o hospital trabalhasse com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No terreno vizinho foi construído uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) que fica anexada ao hospital. A finalidade da intervenção era de que o hospital possuia alguns cômodos que poderiam ser utilizados pelos médicos da UPA.
De acordo com o advogado dos proprietários, Marcos Vinícius Marques, a justificativa para a intervenção era de que o hospital deveria ser incluído na rede pública para a implantação da Rede Cegonha. “A ironia é que, desde que a prefeitura passou a gerir a unidade, nenhum parto foi realizado em Vera Cruz”, disse o advogado.
Com o término do contrato emergencial, a Justiça decidiu devolver o terreno aos antigos donos, na última segunda-feira (3). Contudo, a prefeitura já teria entrado com um pedido de desapropriação do terreno, na tentativa de comprar o espaço onde está localizado o hospital. Os donos, segundo afirma Marcos Vinícius, querem reativar a unidade de saúde.
De acordo com advogado, o prefeito Magno do PT, agora estaria ameaçando fechar a UPA, e até mesmo suspender as atividades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), preocupando os moradores que tem na unidade, a única opção para atendimentos de urgência e emergência da ilha. Ainda na última segunda-feira, o atendimento chegou a ser suspenso no período noturno, mas reabriu no dia seguinte.

“Ele alega que, sem o hospital, a UPA não funcionaria, mas, o hospital já foi fechado, e, sem explicação ficamos sem saber quando teremos uma unidade hospitar novamente. Lamentável, pois o Maria Amélia tem grande importância para a população. Eu mesma, nasci neste hospital”, afirmava Simone, desapontada.
 Fonte Bocao