Via Expressa: de ‘pessoa essencial’, Léo Pinheiro acendeu alerta no Palácio do Planalto
Duas pontas do noticiário se entrelaçam no discurso da presidente Dilma Rousseff durante a inauguração da Via Expressa Baía de Todos os Santos. A data foi 1º de novembro de 2013. À época, Dilma rendeu elogios à equipe do então governador Jaques Wagner. Porém, um trecho do discurso, publicado no site do Palácio do Planalto, mostra a íntima relação entre o meio político e o presidente da OAS, Leo Pinheiro – condenado a 16 anos de prisão por fraudes desvendadas na Operação Lava Jato. Em meio aos presentes, Leo Pinheiro foi saudado como “pessoa essencial para a conclusão dessa obra”. Dilma afirmou ainda que, por ser presidente da construtora OAS, “que é a responsável por essa obra de engenharia”, “merece nossa admiração”. Para concluir a referência ao então aliado do governo, Dilma sacramentou: “obrigado, Léo”.
Dificilmente essa fala se repetiria no atual contexto. Léo Pinheiro foi condenado e a própria obra da Via Expressa acabou questionada pelo Tribunal de Contas (TCU). De “pessoa essencial”, o dirigente da OAS passou a ser motivo de preocupação. E, nesse mesmo discurso, Dilma imortalizou a descrição de que o trânsito na Rótula do Abacaxi iria “correr que nem quiabo”. Mais ou menos como os políticos ao serem envolvidos em polêmicas, tais como as mensagens trocadas com Wagner, agora ministro da Casa Civil (entenda aqui). Léo Pinheiro continua essencial, porém de outra maneira: para explicar as imbrincadas relações entre agentes públicos e grandes empresários no Brasil.
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