Um assunto que vem chamando a atenção de muitos fãs de MMA é a proibição do uso do TRT (tratamento de reposição de testosterona), tratamento do qual muitos lutadores, como Chael Sonnen, Ben Rothwell, Frank Mir, entre outros faziam uso. Entretanto, nenhum desses lutadores recebeu tanta atenção quanto Vitor Belfort. O fato de o brasileiro ter nocauteado com facilidade pelos seus últimos três adversários gerou críticas de muitos fãs do esporte, que passaram rapidamente a associar suas performances ao uso do tratamento.
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Em entrevista ao Combate.com, o brasileiro afirmou ser vítima de preconceito e fez uma comparação entre o MMA e outros esportes populares nos EUA.
"Tecnicamente não mudou nada. Mas é como se fosse o seguinte. Uma pessoa tem diabetes, e o cara usa insulina. Insulina é doping. Hoje, se algum atleta tentar fazer uso de insulina, estará fazendo algo errado, trapacendo. Mas se você tirar a insulina de um diabético, é uma coisa grave, né? É uma coisa médica. Existe essa doença. É uma coisa comprovada. Nos meus exames de sangue, o nível está baixo. Não sei explicar a parte científica. Se você tiver problema de pressão alta e não tomar remédio, sua pressão não vai estar boa. Se você tiver problema de asma… Sabia que a bombinha de asma é doping? Um asmático não vai poder lutar mais? É proibido? O que fizeram comigo foi proibir como se fosse uma coisa ilegal. Hoje tem TRT na NBA (liga de basquete profissional dos EUA), no futebol americano, no beisebol. Por que não no MMA? Por que esse preconceito? Porque um brasileiro estava se destacando, nocauteando todo mundo? Não sei. Foi difícil, mas não é impossível. Tenho o Dr. Rodrigo Mauro, que é um cara craque. Hoje toda minha energia é mais. Estou me sentindo tão bem que tenho que achar mecanismos como alimentação, suplementação… Os meus receptores têm que começar a receber e a me dar energia. Hoje, graças a Deus, estou bem, feliz, alegre e com o foco em ganhar aquilo a que tenho direito", afirma Belfort.
O que mais chateou Vitor, não foi o banimento em si, mas sim a maneira como este foi conduzido, sem aviso prévio. Devido a isso, Vitor foi retirado do combate contra Chris Weidman pelo cinturão dos pesos-médios e substituído pelo compatriota, Lyoto Machida. A previsão é que Belfort enfrente o vencedor dessa luta, que ocorre no dia 5 de julho, em Las Vegas.
"Na minha cabeça ainda nem comecei a treinar. Estou sendo liberado aos poucos pelos médicos. Não foi fácil esse banimento, como se fosse da noite para o dia. Não teve: 'Olha, a gente vai mudar a regra daqui a 30 dias'. É o certo. Mas baniram. Tira o Vitor da luta, em vez de cancelar. Não, tira o Vitor. Me perguntaram: "Você já está limpo?". Nunca estive sujo! São questões que a imprensa tem que abordar de outra maneira. Eu já conquistei meu espaço. Está conquistado. Agora tenho que trabalhar para isso. Não penso em outra coisa a não ser o cinturão. É difícil entrar na minha cabeça. É como se falasse para o Floyd Mayweather voltar a fazer lutas amadoras. Não, ele conquistou. Você geralmente olha para cima", disse Vitor.