Wagner se reúne com deputados petistas insatisfeitos com apoio a Cunha
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, convocou para a noite desta segunda-feira (23) uma reunião com deputados do PT descontentes. Depois do desembarque da oposição, da perda de apoio entre aliados e do desconforto no PMDB, cresce a insatisfação na bancada petista com a política de sustentação pelo Palácio do Planalto e pela direção do PT com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na última quarta (18), Wagner se reuniu com um grupo de líderes da base para negociar o apoio do governo a Cunha. O ministro fez um pedido para que três deputados do PT com assento no Conselho de Ética se ausentassem da reunião de quinta (19) no colegiado, ajudando na operação de salvamento de Cunha.
Deputados petistas reclamam por não terem sido consultados sobre a decisão de ajudar a não dar quórum para a sessão do Conselho de Ética, na última quinta (26), embora sofram o desgaste gerado por essa medida. Segundo petistas, a articulação ficou restrita à direção do partido; ao líder da bancada, deputado Sibá Machado (PT); e aos integrantes do colegiado.
De acordo com informações do jornal O Globo, em diversos setores do PT, há insatisfeitos com a exposição negativa. E ao menos um dos três deputados petistas no Conselho de Ética, Léo de Brito (PT-AC), não pretende mais faltar às sessões e garante que votará com “ética” no caso. O parlamentar disse que ainda não decidiu como votará no processo, negou ter havido pedido por parte do governo para que o PT ajude Cunha e afirmou acreditar que o presidente da Câmara não fará “retaliação política” com o impeachment, se não for salvo pelo PT no Conselho de Ética.
Já o peemedebista, fiel ao seu estilo de se defender atacando, afirmou ontem que é “furado” acharem que ele vai cair antes de decidir sobre o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que promete fazer antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro. Cunha disse ainda que “não existe qualquer hipótese” de se afastar do cargo. “Furado é achar que vou cair. Mais furado ainda é achar que não vou decidir (sobre o impeachment)” afirmou Eduardo Cunha, por meio de mensagem de texto.